"Caminhos de Santiago" é título do
próximo “Chá com Arte” que decorrerá no sábado
dia 21 de abril no CONSOLATA MUSEU | Arte Sacra e Etnologia, tendo como convidados especiais Luísa Sousa “Um caminho para Todos – Diário de
uma peregrina no caminho de Santiago” e Carlos
Ferreira “Caminhos de Santiago de Compostela”.
Pelas 16h00, após a degustação dos biscoitos da Doce Oureana e do Chá de
Aromas de Oureana, num ambiente intimista, os convidados estarão à
conversa sobre as suas experiências e conselhos para quem pretenda fazer os
Caminhos de Santiago.
A entrada é livre.
LUÍSA
SOUSA
UM
CAMINHO PARA TODOS
Diário
e reflexões ao longo do Caminho de Santiago: de Sevilha a Santiago de Compostela
Via de la Plata e Caminho Sanabrês
42 dias, 1000 Km
«Num mundo tão competitivo e de
aparências como o que vivemos atualmente, quem não segue determinados padrões
(ainda) é visto com outros olhos. Sejam de admiração ou de incredibilidade.
Viver a vida da forma que me faz sentido e realiza, sem comparações com os
demais, tem sido um Caminho de busca pessoal, ainda longe de estar terminado.
Luísa Sousa, 34 anos, licenciada em
Ciências Sociais na Universidade Aberta e artesã de profissão, chega-nos com
pés de peregrina e sorriso tímido, mas nunca parte sem deixar pegadas de
simplicidade e dádiva.
Tem uma marcada predileção pela
natureza, talvez por sempre ter estado rodeada pela mais bela fauna e flora da
sua terra natal, a ilha da Madeira.
Desenganem-se pelo seu ar falsamente
frágil, a sua fibra é da qualidade do Carvalho que envelhece o vinho do Porto,
cidade por onde passou na sua vida académica.
Dona duma escrita simples, atual, viva
e envolvente. Acredita no que escreve, porém isso nada mais é que o seu
processo diário de contemplação transposto para algo físico e inteligível.
Facilmente nos vemos num mundo
diferente, esse mundo que pelos seus olhos se torna melhor. Pessoa prática e
sem grandes rodeios vai trazendo a arte nas suas diversas formas para a vida de
quem se deixa por ela tocar.»
(…)
As vivências ao longo da Via de la Plata e do Caminho Sanabrês, não se esgotam
nestas linhas partilhadas: há coisas que são indizíveis, outras que ficam com
quem as viveu e outras ainda que só se compreendem quando as vivenciamos. nDeixo
o testemunho da minha visão dos acontecimentos com a certeza de que se o relato
for realizado por algum dos meus companheiros de viagem, coexistirão histórias
com versões diversas. Afinal, são tantos os Caminhos quanto o número de
peregrinos que os percorrem!
Partilho o bom e o menos bom, as alegrias, os receios, as dificuldades e os presentes inesperados, sem romancear os factos. Se decido partilhar as minhas vivências, tem como único objetivo testemunhar de que este pode ser, verdadeiramente, UM CAMINHO PARA TODOS! (…)
Partilho o bom e o menos bom, as alegrias, os receios, as dificuldades e os presentes inesperados, sem romancear os factos. Se decido partilhar as minhas vivências, tem como único objetivo testemunhar de que este pode ser, verdadeiramente, UM CAMINHO PARA TODOS! (…)
CARLOS FERREIRA
Natural de Pombal e residente em
Leiria, de 50 anos, tinha dezasseis quando publicou pela primeira vez. É um
texto de 750 caracteres no Jornal do Incrível, sobre como enriquecer sem esforço,
pelo qual recebeu 200 escudos (menos de um Euro!). Ainda hoje desconfia da
aplicabilidade do conteúdo do texto.
Em 1985, com dezoito anos, iniciou
a carreira de jornalista na Rádio Comercial de Leiria e depois passou por
Órgãos de Informação como a Semana de Leiria (1985), Jornal de Leiria
(1985-1989), Correio da Manhã (1986-2012), revista Diana (1989-1990), Jornal da
Batalha (1990-1991) e O Crime (1991-2001). Tem ainda trabalhos publicados no
DN-Jovem, Blitz, Comércio do Porto, Região de Leiria, Bailadoiro (Leiria), O
Mensageiro (Leiria), Rádio Comercial e Agência Notícias de Portugal.
Entre as reportagens que realizou
nestes 32 anos na Europa, Brasil e Macau, destaca a cobertura do caso do
Assassino da Praia do Osso da Baleia (1987), do pós-guerra no Kosovo (1999 e
2007), do último ano da soberania portuguesa em Macau (1999) e das comemorações
dos 500 Anos do Descobrimento do Brasil (2000).É autor dos livros ‘Guia do
Peregrino-Papa Bento XVI em Portugal” (Presselivre, 2010) e “Na Mente do Assassino-O
Serial Killer da Lourinhã” (Cofina Média Books, 2012), "Guia de Fátima:
100 Anos das Aparições (Atlântico Press, 2016),"Fátima 1917-2017, Livro de
Ouro" (Atlântico Press, 2017).
Caminhos de Santiago de Compostela – Sinopse
“Há meia hora que espero. Mas
basta ver o céu negro de nuvens carregadas, que ameaçam desabar, para perceber
o inevitável. O tempo está escuro, mais do que o habitual àquela hora. Na rua
passam alunos, outras pessoas a caminho do trabalho e algumas que não denunciam
o seu destino. Encasacadas e de chapéu de chuva em posição de resistir ao vento
frontal. Esperar é nunca alcançar. Sigo-lhes o exemplo e parto. Um passo é uma
luta contra o rio que enche a estrada, as valetas, os terrenos marginais. É um
combate contra a água projetada pelos rodados dos camiões que circulam
incessantes, às vezes perigosamente perto. E que provocam sucessivas vagas de
vento e fazem penetrar ainda mais fundo no corpo a chuva e o frio, como ondas
gigantes contra uma casca de noz. Desistir não é hipótese. Resta continuar”.
(...)
O Caminho Português para Santiago
de Compostela é o segundo mais importante e gera receitas anuais superiores a
nove milhões de euros. A frequência de peregrinos aumentou seis vezes na última
década. Em sentido contrário há também um crescente número de fiéis no Caminho
de Fátima, arrastando orações e gerando negócios. Estes são os dois principais
santuários cristãos da Península Ibérica, aos quais afluem 230 mil peregrinos
tradicionais por ano – mais de nove milhões de pessoas, se incluirmos a
totalidade de visitantes. Esta reportagem conta a história dos caminheiros e de
um jornalista que palmilhou os seus destinos.
Comentários