Dois arquitectos, o professor Leonel Fadigas e Inês Marrazes analisaram o urbanismo vigente em Fátima e detectaram que os bons exemplos estão na zona que foi requalificada recentemente “Eu que não sou de Fátima consigo dizer que há mobilidade em todos os espaços à volta do Santuário”, afirmou Inês Marrazes na terceira edição das “Tertúlias no museu”.
Há sinalética, passadeiras rebaixadas, “estão lá cumpridas todas as normas de mobilidade”, acrescenta referindo-se às ruas João Paulo II e Cónego Manuel Formigão, alvo de uma intervenção de requalificação e abertas de novo à circulação em Maio de 2008.“O pior é se me afastar alguns metros”, refere ainda a arquitecta.
Também Leonel Fadigas exemplificou a dificuldade de se deslocar na cidade, apontando como exemplo uma visita recente que fez com o neto de cinco anos, à cidade mariana. Os passeios são estreitos, quando os há, e são muitas vezes invadidos pelo automóvel. A cidade não se encontra ainda acessível a todos, por exemplo, pessoas de cadeiras de rodas ou com mobilidade reduzida, como idosos.
Em Fátima é “urgente reconciliar a cidade e os seus espaços com as pessoas”, defende Inês Marrazes que isso não deve ser feito apenas a pensar nas pessoas que vêm cá, mas dos que vivem cá. “Não estamos na cidade. Estamos num aglomerado urbano de oito mil habitantes que recebe por ano cinco milhões”, salientou o professor de arquitectura da Universidade Técnica à centena de pessoas que participaram nesta tertúlia que decorreu ontem, 28 de Novembro, no Museu de Arte Sacra e Etnologia de Fátima.
É uma cidade “onde se chega de carro e se anda a pé. E onde chegam muitos milhões para andar a pé”, afirmou o arquitecto. Leonel Fadigas preferiu não comentar o Plano de pormenor para a zona envolvente ao Santuário de Fátima e que inclui o rebaixamento da avenida D. José Alves Correia da Silva, mas adianta que “não” foi feito um estudo de tráfego a pensar nas acessibilidades e mobilidade de pessoas e automóveis na cidade.
Lucília Oliveira
Lucília Oliveira
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